sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Vídeo - Pesquisas com Homeopatia - Flávio Simões e Juarez Henrique


 Medicamento homeopático utilizado  para acelerar a cicatrização de feridas.
http://www.youtube.com/watch?v=SNZCbFDAbMM

2º Relatório de Aula Prática- Trituração- Flávio Simões e Juarez Henrique



Introdução
Trituração é a redução do fármaco a partículas menores, por ação mecânica, com lactose como excipiente, em gral de porcelana, visando solubilizar, diluir e dinamizar o mesmo. Foi um método desenvolvido por Hahnemann. Sua finalidade é despertar a atividade dinâmica de substâncias insolúveis (líquida ou sólida), desagregando suas moléculas pela força do atrito. Este método pode ser utilizado para triturar drogas solúveis ou não.
Objetivo
Obter um produto homeopático por meio de trituração.

Material
·         Pó de giz
·         Lactose
·         Gral de porcelana
·         Espátula
·         Pistilho de porcelana
·         Balança
·         Água destilada
·         Álcool 70% e 30%
·         Frasco dinamizador
·         Frasco dispensador
·         Batoque
·         Proveta
·         Agitador
·         Etiqueta

Método
Utilizando-se uma balança analítica, pesou-se 1,95g de lactose a qual foi dividida em três partes iguais. Cada parte individual foi dividida novamente em três partes. Um pouco da lactose de cada parte foi utilizada para fechar os poros do gral antes do início do procedimento. Sobre o primeiro terço da lactose adicionou-se parte do insumo, 0,05g de pó de giz. Homogeneizou-se utilizando uma espátula e em seguida triturou-se vigorosamente durante 4 minutos, seguidos de 2 minutos de raspagem, repetindo esse procedimento de trituração e raspagem três vezes para cada terço de lactose.
O mesmo procedimento foi realizado para as demais partes da lactose, 4 minutos de trituração seguido de 2 minutos de raspagem para cada terço. Ao fim da terceira divisão, pesou-se 0,05 gramas do triturado, o qual foi diluído em 24 mL de água destilada e o volume, utilizando-se uma pipeta, foi completado com 6 mL de água. Após essa primeira diluição, retirou-se, novamente, 6 gotas que foram adicionadas novamente a uma proveta e o volume foi completado para 30 mL utilizado-se álcool cereal. A solução foi transferida para um frasco dinamizador, tampado com o batoque, e dinamizado 100 vezes. Ao final, obteve-se um homeopático para pó de giz com potencia 1CH, que foi acondicionado em frasco dispensador devidamente etiquetado
Conclusão
Utilizando-se técnicas de trituração pode-se medicamentos homeopáticos podem ser preparados a partir de substâncias sólidas ou líquidas, de origem vegetal, animal ou mineral.

sábado, 10 de agosto de 2013


Biotipos:Apresentação dos Personagens que Tipificam Cada Grupo





Por: Raquel Machado, Samanta Teixeira e Valério Fernandes




1 - Introdução

Trituração, segundo a Farmacopeia Homeopática Brasileira, consiste na redução do insumo ativo a partículas menores por meio de processo automatizado ou manual, utilizando lactose como insumo inerte, visando dinamizar o mesmo.
            Trituração é o processo vigoroso e prolongado da mistura entre o insumo ativo e o insumo inerte das matérias-primas sólidas, realizado em gral (recipiente) de porcelana,  com a finalidade de despertar a potência curativa das substâncias insolúveis ou não isto é tanto minerais como plantas e animais, na preparação da escala cinquenta milesimal, obrigatoriamente até a 3CH . Esta “dinamização sólida” emprega a força do atrito para diluir e potencializar a substância e utiliza como insumo inerte a lactose (açúcar do leite). O medicamento ganha mais força e desenvolvimento, através de uma ação mais potente; além da preservação dos constituintes das plantas e animais. Dessa forma, as operações de trituração e raspagem constituem a fase da dinamização de sólidos responsáveis pela liberação de energia medicamentosa.

2 - Objetivo

Utilizar o método de Trituração para a obtenção de um produto homeopático.

3 - Materiais e Métodos

3.1 - Materias
·      Enxofre
·      Lactose
·      Água destilada
·      Álcool 70%
·      Álcool 30%
·      Gral de porcelana
·      Espátula
·      Pistilo de porcelana
·      Proveta
·      Conta-gotas
·      Frasco dinamizador
·      Frasco dispensador
·      2 Batoques (Um do tipo bola e outro do tipo conta-gotas)
·      Balança
·      Dinamizador
·      Etiqueta

3.2 - Métodos

Com o auxilio de uma balança analítica pesou-se separadamente 3 formas com aproximadamente 1,65g de lactose. Retirou-se uma pequena quantia de lactose de cada e adicionou-a no gral de porcelana para, através de movimentos espirais com o pistilo fechar os poros da vidraria. O restante da lactose de cada forma, foi divida em 3 partes aparentemente iguais (3 formas dividas cada uma em 3 partes). Acrescentou-se ao gral a primeira parte da primeira forma acrescida de 0,05 g do material ativo Enxofre previamente pesado.         
            Triturou-se a primeira porção de lactose com o material ativo com o pistilo por 4 minutos e raspou-se o gral com espátula por 2 minutos, repetindo-se esse processo por 2 vezes até acabar o material pesado da primeira forma de lactose. Deste material resultante pesou-se  0,05 g reiniciou-se o processo de trituração e raspagem da mesma forma anteriormente descrita até acabar a segunda forma. Do material resultante deste processo novamente retirou-se  0,05 g e repetiu-se a operação até terminar a terceira e última forma. 
Após o termino do processo de trituração retirou-se 0,05g que foi diluído em 24,0 mL de água destilada, e em seguida foi homogeneizado com agitação vigorosa. Posteriormente completou-se com 6,0 mL de água. Com o auxílio de um conta-gotas adicionou-se seis gotas (aproximadamente 0,30mL) da solução preparada anteriormente em uma proveta e completou-se com uma quantidade suficiente de álcool cereal 30% para um volume de 30,00mL de forma a obter uma solução na proporção de 1:100, que em seguida foi transferida para um frasco dinamizador e tampado com um batoque do tipo bola. O mesmo foi posicionado em um dinamizador mecânico onde foi dinamizado 100 vezes, obtendo-se uma solução com potência CH2. O produto homeopático obtido foi vertido em um frasco dispensador e fechado com um batoque do tipo conta-gotas e tampa roscável. O homeopático foi devidamente etiquetado como preconizado na literatura.

4 - Conclusão

Aplicando-se da prática de trituração pode-se aprender que as preparações homeopáticas podem ser preparadas a partir de substâncias sólidas ou líquidas de origem vegetal, animal ou mineral através da técnica de trituração, preparo de tintura mãe, diluições e dinamizações, utilizadas para trazer o equilíbrio corporal e para tratamento de enfermidades.




quinta-feira, 8 de agosto de 2013

TRABALHO EXPERIMENTAL: VERIFICAÇÃO DO CRESCIMENTO DA MOSTARDA E QUIABO MEDIANTE O USO DE DINAMIZAÇÕES HOMEOPÁTICAS (CH6 E CH12). Alunos: Amanda Galli, Camila Rodrigues, Mateus Couto e Valério Fernandes.

Introdução
A homeopatia é considerada Ciência porque o conhecimento é incrementado com pesquisa preenchendo os requisitos de possuir leis e bases filosóficas, conter fenômenos reprodutíveis, ter relação de causa e feito, ter suporte bibliográfico, com metodologias de experimentação própria (Casali et al., 2006)
Ela pode beneficiar as plantas, em qualquer região e em qualquer solo. A aplicação de preparados homeopáticos altera o metabolismo vegetal, podendo diminuir ou aumentar compostos bioativos de grande importância social e de valor de mercado, dependendo da dinamização aplicada.
Com isto a utilização de homeopáticos para auxiliar o crescimento de plantas esta cada vez mais utilizada na agricultura de grande e menor porte.
Objetivo
Os objetivos do trabalho foram caracterizar histoquimicamente as folhas juvenis das plantas Sinapsis alba (mostarda-branca) e Abelmoschus esculentus (quiabo); quantificar seus crescimentos, após o tratamento com as homeopatias de Zincum Muria Ticum CH6 e CH12, comparando com o controle onde foi utilizado apenas água. Identificar a homeopatia mais adequada para as plantas cultivadas.
Matérias e Métodos
·         12 copos plásticos
·         Terra contendo ou não adubo
·         Sementes de mostarda e quiabo
·         Álcool cereal 70%
·         Álcool cereal 30%
·         Agua destilada
·         4 vidros âmbar
·         4 batoques
·         4 tampas conta-gotas
·         Dinamização CH6 e CH12 de Zincum Muria Ticum

Foram realizados dois experimentos separados.
Experimento com a mostarda]
Enumerou-se de 1 a 6 no fundo dos potes plásticos os locais onde deveriam ser colocadas as sementes de mostarda. Fez-se pequenos furos no fundo dos potes para haver passagem de ar e água e cada um dos potes recebeu a nomeação sobre qual a homeopatia seria colocado sobre as sementes diariamente 8 gotas, sendo um deles somente água, outro o medicamento homeopático na dinamização CH6 e o outro  na dinamização CH12.
            Colocou-se a mesma quantidade de terra sem adubo nos noves potes, colocou-se as sementes nos locais marcados e adicionou-se água afim de molhar toda a terra.
Os medicamentos homeopáticos foram feitos a partir da Zincum Muria Ticum na dinamização CH5. A partir desta retirou-se 6 gotas e adicionou-se a um vidro de 100 mL e colocou-se 30 mL de álcool de cereais 30%, tampou-se com o batoque e dinamizou-se, obtendo o medicamento com a dinamização CH6 que foi colocado em um frasco âmbar de 30 mL com tampa conta-gotas.
            A partir do medicamente CH6 realizou-se o mesmo procedimento descrito por 6 vezes até obter o medicamento homeopático na dinamização CH11. Posteriormente, retitou-se 6 gotas do medicamento CH11 e adicionou-se 30 mL de álcool de cereais 30% em um vidro âmbar de 100 mL e dinamizou-se, assim transferiu-se o medicamento CH12 obtido para um frasco âmbar com conta gostas para um frasco de 30 mL.
            O procedimento adotado durante o crescimento da mostarda foi colocar água nos 9 potes (realizada em triplicata) diariamente no mesmo horário e posteriormente gotejar 8 gotas do medicamento na dinamização CH6 no local em que foi colocada cada semente do pote CH6. No pote nomeado como CH12 realiza-se o mesmo procedimento. Após haver o início do crescimento das folhas mede-se o tamanho das folhas e verifica-se o número de folhas da alface em cada pote diariamente durante 7 dias.

Experimento com o quiabo
Enumeraram-se de 1 a 6 no fundo dos potes plásticos os locais onde deveriam ser colocadas as sementes de quiabo. Fez-se pequenos furos no fundo dos potes para haver passagem de ar e água e cada um dos potes recebeu a nomeação sobre qual a homeopatia seria colocado sobre as sementes diariamente 8 gotas, sendo um deles somente água, outro o medicamento homeopático na dinamização CH6 e o outro  na dinamização CH12.
            Colocou-se a mesma quantidade de terra com adubo nos três potes, colocou-se as sementes nos locais marcados e adicionou-se água afim de molhar toda a terra.
Os medicamentos homeopáticos foram feitos a partir da Zincum Muria Ticum na dinamização CH5. A partir desta retirou-se 6 gotas e adicionou-se a um vidro de 100 mL e colocou-se 30 mL de álcool de cereais 30%, tampou-se com o batoque e dinamizou-se, obtendo o medicamento com a dinamização CH6 que foi colocado em um frasco âmbar de 30 mL com tampa conta-gotas.
            A partir do medicamente CH6 realizou-se o mesmo procedimento descrito por 6 vezes até obter o medicamento homeopático na dinamização CH11. Posteriormente, retitou-se 6 gotas do medicamento CH11 e adicionou-se 30 mL de álcool de cereais 30% em um vidro âmbar de 100 mL e dinamizou-se, assim transferiu-se o medicamento CH12 obtido para um frasco âmbar com conta gostas para um frasco de 30 mL.
            O procedimento adotado durante o crescimento do quiabo foi colocar água nos 3 potes diariamente no mesmo horário e posteriormente gotejar 8 gotas do medicamento na dinamização CH6 no local em que foi colocada cada semente do pote CH6. No pote nomeado como CH12 realiza-se o mesmo procedimento. Após haver o início do crescimento das folhas mede-se o tamanho das folhas e verifica-se o número de folhas da alface em cada pote diariamente durante 7 dias
Resultados e discussão
Não observou-se crescimento de folhas no experimento realizado com a mostarda, por isto, realizou-se um novo experimento com o quiabo, onde se modificou as condições do solo, acrescentando-se adubo, para que ocorresse melhor germinação, porém este experimento também não apresentou crescimento.
Algumas possíveis explicações para a não germinação das plantas podem ser: a característica do solo, que pode não ser compatível com o solo necessário para o crescimento destas plantas; condições climáticas, já que o experimento foi realizado na cidade de Diamantina, que apresenta elevada altitude, o que influencia na fisiologia da planta, e durante o período de inverno, onde o sol nem sempre está presente, o ar é muito seco e frio; além de erros inerentes ao procedimento, onde podem ter ocorrido falhas durante o plantio das sementes, produção dos homeopáticos e cuidados das plantas.
Talvez ainda, pode ser que a falta do crescimento se deve a baixa dinamização ( CH6 e CH12) sendo recomendado em trabalhos futuros realizar mais dinamizações.
Conclusão
Como não foram obtidos resultados durante o procedimentos, não pode-se obter conclusões sobre o efeito dos homeopáticos de Zincum Muria Ticum nas plantas estudadas. Mas como para a realização deste experimento foi necessário a leitura de alguns artigos que comprovam a eficiência da homeopatia no cultivo de plantas.
Bibliografia
1.    ALMEIDA, A. Experimentação de homeopatias no milho doce. 2001. Tese (Mestrado em Entomologia) Universidade Federal de Viçosa, Viçosa – MG
2.    ALMEIDA, M. A. Z. Resposta do manjericão (Ocimum basilicum L.) à aplicação de preparações homeopáticas. 2002. 101p. Tese (Mestrado em Fitotecnia) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa – MG
3.    ANDRADE, F. M. C. Alterações da vitalidade do solo com o uso de preparações homeopáticas. 2004. 362 p. Dissertação (Doutorado em Fitotecnia)-Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2004.
4.    DUARTE, Elen Sonia Maria, D.Sc.,  Universidade Federal de Viçosa, fevereiro de 2007. Crescimento e teor de óleo essencial em plantas de Eucalyptus citriodora e Eucalyptus globulus tratadas com homeopatia.
5.    ROSSI, F. et al. A ciência da homeopatia na olericultura. Hortic. Bras., v. 2, n. 2, p. 1-8, 2004.

6.    SILVA, Duarte da Silva; ARRUDA, João Artur Troyne; RODRIGUES, Karina Fidanza; - Influência de Soluções Homeopáticas no Crescimento do Milho (Zea mayas L.) submetido a estresse hídrico.

Conhecendo a homeopatia veterinária


Vídeo sobre Homeopatia Veterinária.

Grupo: Amanda Galli, Camila Cristina, Mateus Couto e Valério Higor.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Experimento em Homeopatia: Análise Espectrofotométricas de Substâncias Homeopáticas. Discentes: Fernanda Soares Leite, Raquel Machado e Samanta Teixeira

UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI
Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde
Departamento de Farmácia
Disciplina: Fundamentos e Farmacotécnica Homeopática
Prof. Dra. Vanda B. R. Toth 







  








Análise Espectrofotométricas das Soluções Homeopáticas Chamomilla, ACTH e E. coli nas Potências CH5, CH8 e CH12












Discentes:
 Fernanda Soares Leite
Raquel Machado
Samanta Teixeira







Diamantina, 2013.






Introdução

Fundamentada em 1796 pelo médico alemão Samuel Hahnemann, a homeopatia é um modelo terapêutico empregado mundialmente e que vem despertando o interesse crescente de usuários, estudantes de medicina e médicos1, por propiciar uma prática segura e eficiente, propondo-se a compreender e tratar o binômio doente-doença segundo uma abordagem antropológica globalizante e humanística, valorizando os diversos aspectos da individualidade enferma2.
Reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) desde 1980 (Resolução CFM 1000/80) e com título de especialista conferido pela Associação Médica Brasileira (AMB) desde 1990, a homeopatia desenvolve suas atividades de forma concomitante ao movimento científico hegemônico, divulgando sua episteme em cursos de pós-graduação lato senso (1.200 horas-aula) oferecidos por entidades formadoras vinculadas à Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB)3.
Empregada como opção terapêutica há mais de dois séculos em diversos países, a homeopatia permanece marginalizada perante a racionalidade científica moderna, por estar fundamentada em conceitos pouco ortodoxos (princípio da similitude, experimentação no indivíduo sadio, medicamento dinamizado e medicamento individualizado) que desafiam a racionalidade dominante. O modelo de tratamento homeopático emprega o princípio de cura pela similitude, administrando doses infinitesimais de substâncias que, ao terem sido experimentadas previamente em indivíduos sadios, apresentaram sintomas semelhantes aos dos indivíduos enfermos. Para se tornar um medicamento homeopático, a substância deve ser submetida a protocolos específicos de experimentação em indivíduos humanos e ter seus efeitos patogenéticos (mentais, gerais e particulares) descritos na Matéria Médica Homeopática (MMH).
Considerando o ser humano como uma entidade complexa, a concepção antropológica do modelo homeopático atribui ao corpo biológico uma natureza dinâmica, na qual os pensamentos e os sentimentos interagem com os sistemas orgânicos e suas funções fisiológicas, tornando a individualidade mais ou menos suscetível aos diversos agentes patogênicos. Resultante desta concepção psicossomática e globalizante do processo de adoecimento humano, a semiologia homeopática valoriza os múltiplos aspectos do enfermo, compondo um quadro sintomático que englobe as características peculiares das diversas esferas humanas (biológica, psíquica, social e espiritual) para realizar o diagnóstico medicamentoso “individualizado”4.
A elaboração dos preparados homeopáticos é feito via dissoluções/sucções sucessivas. O preparado homeopático torna-se medicamento homeopático após ser submetido à experimentação de acordo com o protocolo. Na elaboração utilizam-se substâncias de origem, animal, mineral, vegetal e até produtos da indústria além de micro-organismos. No Brasil, o preparo obedece a normas precisas e definidas pela Farmacopeia Homeopática Brasileira, oficializada pelo Governo Federal no Decreto nº 78.841, de 25 de novembro de 1976, sendo revista em 1977 pelo Ministério da Saúde e em 2010 foi publicada a segunda edição com modificações feitas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)5.
Embora os efeitos terapêuticos proporcionados pelos medicamentos homeopáticos sejam evidenciados na clínica e em inúmeros trabalhos científicos, a sua dinâmica no homem ou nos animais é ainda desconhecida. Sabe-se que a força do medicamento está na desconcentração da matéria prima que lhe dá origem, de acordo com uma farmacotécnica própria (FONTES, 2005)6.
Segundo alguns autores, o conceito farmacológico de dose, como a quantidade de medicamento que um paciente deve ingerir para modificar seu estado de enfermidade, não se adapta à homeopatia, pois o medicamento homeopático não age pela sua massa, mas sim por seu efeito dinâmico (qualitativo) que se prolonga mais ou menos no tempo em função do poder de reação ou sensibilidade do organismo enfermo (KOSSAK-ROMANACH, 1984; EIZAYAGA, 1992; ORTEGA, 1994)7,8,9. Nesse sentido, importa o grau de dinamização (a potência medicamentosa) e a frequência de administração do medicamento escolhido de acordo com a lei dos semelhantes.
Diante dessas informações, os métodos de análise quantitativos atualmente preconizados seriam ineficazes na comprovação científica da homeopatia, pois não apresentam uma sensibilidade capaz de quantificar a presença de substâncias no preparado homeopático,alem de como já citado anteriormente, o medicamento homeopático não agir pela sua massa, mas sim por seu efeito dinâmico (qualitativo).
Entretanto, estudos recentes, empregando métodos ultra-sensíveis (microscopia eletrônica de transmissão, difração de elétrons e espectrometria de emissão atômica), demonstraram a existência de nanopartículas nas ultradiluições homeopáticas, sugerindo que essas partículas infinitesimais podem estar relacionadas à atividade das preparações homeopáticas10.
Atualmente, algumas hipóteses fundamentadas em modelos experimentais físico-químicos buscam uma explicação científica para o fenômeno da transmissão da informação dos efeitos primários das substâncias através destas doses infinitesimais. Dentre elas, citamos as pesquisas que estudam as modificações de natureza eletromagnética da água segundo a “eletrodinâmica quântica”, na qual a matéria não representaria um aglomerado inerte de moléculas e sim um meio dinâmico, capaz de selecionar e catalisar as reações moleculares de acordo com os diversos campos eletromagnéticos que ocorrem em seu interior.
Através de modelos matemáticos e experimentais, sugere-se que o campo eletromagnético de qualquer soluto pode gerar certos “domínios de coerência estável” no solvente (com estruturas e vibrações específicas), produzindo aglomerados ou “clusters” de moléculas de água (com tamanho e geometria próprios), como uma “assinatura eletromagnética da substância na água” (“memória da água”). Assim sendo, a organização da água seria um processo coerente, reprodutível e associado a interações eletromagnéticas de longo alcance e baixíssima intensidade, transmitindo repetitivamente a informação eletromagnética do soluto inicialmente diluído e sucussionado pelo processo da dinamização homeopática.

Espectrofotometria-UV

As aplicações dos métodos quantitativos de absorção ultravioleta/visível são utilizadas em todos os campos nos quais informações químicas quantitativas sejam necessárias. No campo da saúde, 95% de todas as determinações quantitativas são feitas por espectrometria de ultravioleta/visível.
                A espectrofotometria é o método de análise óptico mais usado nas investigações biológicas e fisico-químicas. O espectrofotômetro é um instrumento que permite comparar a radiação absorvida ou transmitida por uma solução que contém uma quantidade desconhecida de soluto, e uma quantidade conhecida da mesma substância. Todas as substâncias podem absorver energia radiante, mesmo o vidro que parece completamente transparente absorve comprimentos de ondas que pertencem ao espectro visível. A água absorve fortemente na região do infravermelho. A absorção das radiações ultravioletas, visíveis e infravermelhas depende das estruturas das moléculas, e é característica para cada substância química.
Quando a luz atravessa uma substância, parte da energia é absorvida: a energia radiante não pode produzir nenhum efeito sem ser absorvida. A cor das substâncias se deve a absorção de certos comprimentos de ondas da luz branca que incide sobre elas, deixando transmitir aos nossos olhos apenas aqueles comprimentos de ondas não absorvidos. O instrumento usado na espectroscopia UV é chamado de espectrofotômetro. Para se obter informação sobre a absorção de uma amostra, ela é inserida no caminho óptico do aparelho. Então, luz UV e/ou visível em certo comprimento de onda (ou uma faixa de comprimentos de ondas) é passada pela amostra. O espectrofotômetro mede o quanto de luz foi absorvida pela amostra.
Nas aplicações espectrofotométricas, quando se usa energia monocromática em um simples comprimento de onda (λ), a fração de radiação absorvida pela solução, ignorando perdas por reflexão, será função da concentração da solução e da espessura da solução. Portanto, a quantidade de energia transmitida diminui exponencialmente com o aumento da espessura atravessada – Lei de Lambert – e o aumento da concentração ou da intensidade de cor da solução – Lei de Beer. A relação entre energia emergente (I) e energia incidente (I0) indica a transmitância (T) da solução. Em espectrofotometria, utiliza-se a absorbância (A) como a intensidade de radiação absorvida pela solução, seguindo as leis de Lambert-Beer.
A determinação de concentração de um soluto em uma solução-problema por espectrofotometria envolve a comparação da absorbância da solução-problema com uma solução de referência, na qual já se conhece a concentração do soluto. Em geral, é utilizada uma solução-padrão com diferentes concentrações (pontos), que tem sua absorbância determinada. Esses pontos são preparados diluindo-se a solução-padrão na proporção necessária para a obtenção das concentrações desejadas.
Com os valores de absorbância e de concentração conhecidos, pode-se traçar um gráfico cujo perfil é conhecido como “curva-padrão”. Nesse gráfico, a reta, indica a proporcionalidade entre o aumento da concentração e da absorbância e a porção linear correspondente ao limite de sensibilidade do método espectrofotométrico para o soluto em questão.
Segundo a equação de Beer demonstrada abaixo, obtemos a concentração da amostra em função da sua absorbância.

A = ε.b.c

Onde, A é absorbância (sem unidades, pois  A = log10 P0 / P), ε é a absorbitividade molar em unidades de L.mol-1.cm-1, b é o comprimento do caminho da amostra, isto é, o comprimento do caminho que a luz tem que atravessar na cuba ou qualquer recipiente onde esteja a solução (em cm), e c é a concentração do elemento que absorve, na solução, expressado em  mol/L-1.

Objetivo

Analisar quantitativamente através de espctrofotometria-UV a relação Potência (dada em Centesimais Hansenianos) e Absorbância de três diferentes medicamentos homeopáticos (chamomilla, ACTH , e E.coli) nas dinamizações CH5, CH8 e CH12, verificando através do comportamento de cada amostra se há ou não alterações entre as diferentes potências de uma mesma substância, e entre diferentes substâncias.

Materiais e Métodos

Materiais

 ·Água destilada;
·         Solução de Álcool Cereal em Água a 30%
·         4 cubetas;
·         Papel para limpeza das cubetas;
·         Conta-gotas;
·         3 amostras de preparações homeopáticas (chamomilla CH5, ACTH CH5, E. coli CH5);
·         Espectrofotômetro-UV;
·         Dinamizador.

Métodos

Foram utilizadas soluções de estoque na potência CH5 das substâncias Chamomilla, ACTH e E. coli. A partir destas soluções foram preparadas amostras nas potências CH8 e CH12 da seguinte maneira:
Com o auxílio de um conta gotas adicionou-se seis gotas (aproximadamente 0,30mL) da solução de estoque de potência CH5 a uma quantidade suficiente de água destilada para um volume de 30,00mL de forma a obter uma solução na proporção de 1:100, em seguida dinamizou-se a solução com 100 sucções em um dinamizador mecânico  obtendo-se uma potencia de CH6. Repetiu-se o procedimento para a obtenção de uma potência CH7.
Para a obtenção da potência CH8 adicionou-se seis gotas (aproximadamente 0,30mL) da solução de preparada de potência CH7 a uma quantidade suficiente de álcool cereal 30% para um volume de 30,00mL de forma a obter uma solução na proporção de 1:100, em seguida dinamizou-se a solução com 100 sucções em um dinamizador mecânico.
Para a obtenção das potências CH9, CH10 e CH11 repetiu-se o procedimento anterior utilizando como solvente a água destilada, enquanto que para a potência CH12 utilizou-se como solvente o álcool cereal 30%.

O procedimento de diluição é ilustrado na figura 1.

           Fig. 1. Diluições seguidas de Dinamização conforme Metodologia Hanemaniana.

Após o preparo das soluções homeopáticas, foram utilizadas como amostra para a análise de absorbância as soluções de Chamomilla, ACTH e E. coli nas potências CH5, CH8 e CH12.
A medida das absorbâncias foi realizada conforme a metodologia a seguir.
Calibrou-se o aparelho com água destilada, ajustando-se 100% de transmitância e 0% de absorbância em um comprimento de onda de livre escolha (400nm).
Calibrou-se novamente o aparelho com água destilada, ajustando 0% de absorbância, no comprimento de onda de 580nm para a obtenção do Branco.
Prosseguiu-se o experimento fazendo leitura da absorbância das amostras Chamomilla CH5, Chamomilla CH8, Chamomilla CH12, ACTH CH5, ACTH CH8, ACTH CH12, E.coli CH5, E.coli CH8, E.coli CH12 no comprimento de onda de 580nm. Todos os valores foram anotados para posterior análise.

Resultados

Os resultados obtidos estão expostos através da Tabela 1, e dos Gráficos 1, 2 e 3.

        Tabela 1. Absorbância (%) das amostras de Chamomilla, ACTH e E.coli em diferentes dinamizações.
Amostra
CH5
CH8
CH12
Chamomilla
0,004
0,005
0,004
ACTH
0,006
0,007
0,007
E.coli
0,004
0,005
0,007
Branco
0,000



Gráfico 1. Absorbância em Função da Potência de Solução Homeopática de Chamomilla em Diferentes Potências.




Gráfico 2. Absorbância em Função da Potência de Solução Homeopática de ACTH em Diferentes Potências.



Gráfico 3. Absorbância em Função da Potência de Solução Homeopática de E.coli em Diferentes Potências.



Discussão e Conclusão

Os resultados obtidos nos revelam um comportamento semelhante na solução de Chamomilla para as potências CH5 (0,004) e CH12 (0,004) enquanto que o resultado da potência CH8 (0,005) foi diferente destas.
Na solução de ACTH observamos uma diferença do comportamento da potência CH5 (0,006) em relação às potências CH8 e CH12, sendo que essas duas últimas quando comparadas entre si apresentam mesmo comportamento com absorbância de 0,007.
Nos valores obtidos para a solução de E.coli foram observados um comportamento diferente entre as potências CH5, C8 e CH12 que obtiveram os respectivos valores de absorbância 0,004, 0,005, 0,007.
Podemos ainda verificar resultados semelhantes entre as potências CH5 da solução de Chamomilla e CH5 da solução de E.coli (ambas com absorbância de 0,004), bem como sobre a semelhança entre os valores de CH8 observados nessas mesmas soluções (Chamomilla e E.coli CH8 têm absorbância de 0,005). E o comportamento das potências CH8 e CH12 da solução de ACTH (0,007) é semelhante ao da potência CH12 de E.coli (0,007).
Apesar das discordâncias e semelhanças, entre os valores encontrados entre as diferentes potências derivadas de uma mesma substância, e entre as potências de diferentes substâncias, não conseguimos observar um padrão de comportamento típico para as substâncias homeopáticas. No entanto há de ser observados que existem diferenças, que apesar de mínimas são altamente representativas no campo da homeopatia, o que prova cientificamente que há diferença entre o padrão fixo de absorbância da água e os resultados experimentais obtidos dos preparados homeopáticos.
Com relação aos valores de semelhança observados nas absorbâncias dentro dos grupos de mesma substância base, mas, potências diferentes, e entre os grupos de substâncias base diferentes há a necessidade de realização de experimentos com equipamentos mais sensíveis para inferir se as modificações de natureza eletromagnética da água nestas substâncias foram também semelhantes e geraram os mesmos “domínios de coerência estável”.
Com isso concluímos que o método de espectrofotometria apesar de não apresentar uma sensibilidade capaz de nos fornecer informações sobre as modificações de natureza eletromagnética da água, o mesmo é capaz de demonstrar a existência de uma diferença entre o padrão fixo de absorbância da água e os valores de absorbância variantes das substâncias homeopáticas.

Referências
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