Universidade
Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM
Curso
de Graduação em Farmácia
Disciplina
de Fundamentos em Farmacotécnica Homeopática
Aplicação de preparado
homeopático de Escherichia coli para
verificação de inibição do crescimento bacteriano em cultura.
Equipe:
Alex Braga Azevedo
Flavio Simões
Juarez Henrique Gonçalves
Núbia Lafayete Evangelista
Diamantina,
2013.
Introdução
A Homeopatia foi
fundamentada em 1796, pelo médico alemão Samuel Hahnemann. A Homeopatia teve início
como terapêutica humana. A partir de 1920, no Instituto de Biologia (Stuttgart,
Alemanha), tem-se relato das experimentações em plantas. Foram realizados
centenas de ensaios por Kolisko e Kolisko (1923), orientados por Rudolf
Steiner, com muitas espécies vegetais e cerca de 300 preparados homeopáticos
feitos com sais minerais e com plantas. No Brasil, cabe ressaltar a publicação
do Guia de Veterinária Homeopática, do autor Nilo Cairo, em 1920 (Andrade e
Casali, 2010).
A Ciência da Homeopatia é embasada em princípios,
quais sejam: semelhança, experimentação, medicamento único e soluções altamente
diluídas e dinamizadas, sendo o último o mais questionado pelo fato de que
quanto maior a diluição, menos moléculas permanecem na solução até o momento
que ultrapassa o número de Avogadro (na diluição 12C) e a solução passa a ser
não-molecular. Portanto seu efeito não é químico (doses infinitesimais) e sim
físico (dinamizações), onde a ação de equilibrar os sistemas vivos resulta da
propriedade da homeopatia de interferir no princípio vital, ou seja, no sistema
de vitalidade que mantém funcionando o organismo (Duarte, 2007).
A E. coli assume a forma de um bacilo e pertence à família das Enterobacteriaceae. São aeróbias e anaeróbias
facultativas. O seu habitat natural é o lúmen intestinal dos seres humanos e de outros animais
de sangue quente. Possui múltiplos flagelos dispostos em volta da célula.1
A E. coli é um dos poucos seres vivos capazes de
produzir todos os componentes de que são feitos, a partir de compostos básicos
e fontes de energia suficientes. Ela é lactase positiva, uma enzima fermentadora de açúcares que é grandemente responsável pela flatulência de cada pessoa, especialmente após o
consumo de leite e seus derivados.
Objetivo
Verificar se há inibição de
crescimento bacteriano em cultura de E. coli, após utilização do tratamento com
medicamento homeopático, comparado com hipoclorito de sódio 2%, álcool 70% e
dióxido de cloro.
Metodologia
Inibição do crescimento bacteriano,
pela técnica de difusão em disco, do medicamento e controles positivos e
negativo (água), e, posteriormente medição do raio do alo formado na cultura.
Materiais
Capela de
fluxo laminar
Álcool cereal
30 e 70%
Aparelho
dinamizador
Solução de E. coli em salina a 0,9%
Béquer *
Conta gotas *
Placas de
Petri com meio sólido Agar Mueller Hinton *
Frasco
dinamizador *
Frasco
dispensador *
Batoque *
Proveta *
Discos de
papel estéril *
Conta-gotas *
Alça de Drigalski
descartável (estéril)
* Materiais
esterilizados em autoclave
Procedimento
Preparou-se
o meio Agar Mueller Hinton (sólido), quantidade suficiente para ser vertido em
14 placas de petri, mais ou menos 350 mL;
O
meio e os materiais supracitados foram autoclavados;
Em
uma capela de fluxo laminar, foram feitos todos os experimentos. Preparado uma
suspensão supersaturada de E. coli em
salina 0,9%;
Prepararam-se
as placas com o meio Agar Mueller Hinton. Depois de solidificado, foi
adicionado ao meio aproximadamente 1 mL de solução de E. coli que foi espalhada por todo o meio com uma alça de
Drigalski;
Pegou-se,
em condições assépticas, 6 gotas da suspensão de E. coli, colocou em uma proveta e adicionou-se álcool absoluto,
quantidade suficiente para 30 mL. Esse volume foi vertido em um frasco
dinamizador, levado ao aparelho dinamizador onde foi dinamizado 100 vezes. Obteve-se
uma solução estoque, CH0, que foi etiquetada;
A
partir da tintura mãe foram preparados duas diluições, CH3 e CH10. O laboratório
dispunha de uma diluição CH30 que também foi testada no experimento.
A
partir da tintura mãe, pegou-se 6 gotas e colocou em uma proveta. Completou-se
o volume com água destilada quantidade suficiente para 30 mL. O volume foi
vertido em um frasco dinamizador e levou-se ao parelho dinamizador, onde se
dinamizou 100 vezes. Dessa forma obteve-se o medicamento homeopático a uma
potencia CH1.
A
partir desta potencia, pelo mesmo procedimento obteve-se a potencia CH2. A
partir da potencia CH2, obteve-se a potencia CH3 e assim por diante ate a
potencia CH10;
As
potencias CH3 e CH10 foram estocadas e suas dinamizações foram feitas com
álcool cereais 30%;
Depois
de preparado os medicamentos homeopáticos utilizados, os mesmos foram vertidos
em béqueres identificados com as respectivas diluições. Também foram
identificados béqueres contendo a solução de hipoclorito de sódio 2%, álcool
70%, dióxido de cloro (controles positivos) e água destilada estéril (controle
negativo);
Os
discos de papel foram mergulhados nas soluções, um total de 4. Em seguida, os
discos foram aplicados nas placas contendo o inoculo;
As
placas foram incubadas a 37º C e após 24 horas foi feita a medida do halo para
verificar inibição do crescimento.
Resultados e discussão
Após
realizados os procedimentos mediu-se os halos formados após o período de incubação. Os resultados obtidos são
mostrados na tabela abaixo.
Tabela 1: Média dos halos obtidos após 24 horas de
crescimento.
Como pode ser
verificado na tabela 1 os homeopáticos tiveram resultados semelhantes, não
inibindo o crescimento bacteriano satisfatória quando comparada aos controles
positivos.
Conclusão
Neste
experimento não observou-se atividade antimicrobiana dos homeopáticos testados.